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E a gente não precisa se esconder

Em tantos significados possíveis caber é encaixar, é preencher o espaço, mas, sobretudo, pertencer. Uma palavra poderosa, e tão banal para corpos normatizados. É quando não cabemos que entra o questionamento, a dúvida e também, em partes, a dor de não estar dentro. Nesses levantamentos, Dea, uma das nossas modelos da nova campanha, nos contou a rotina de uma mulher em manequim 56.

As preocupações sobre o caber estão, inicialmente, nas questões práticas: como caber na grade disponível. Raros são os lugares e marcas que expandem à diversidade de manequins e, quando atendem à numeração, o valor pode ficar no caminho. “Se você passou do 48 você já começa a pagar um valor que é absurdamente mais caro. E algumas pessoas querem dizer que é pela quantidade de pano”, conta. E podemos dizer que é certo ter que pagar uma taxa extra, por ser quem se é?

Mas caber pode ser mais complicado. Quando desviadas as barreiras da opção e do preço, caber não basta, pois é uma falácia – não se cabe, apenas se serve. “Dependendo da loja parece que você está comprando capa para botijão de gás, por que não tem um corte legal, ou uma estampa bonita e eu fico pensando: quem usaria aquilo? Entender um pouco como a gente vive, como a gente se mexe, que tipo de incomodo temos com a roupas. Às vezes eu tenho a impressão de que a gente usa uma ampliação”.

É mais do que a roupa

“Hoje eu já entendo que o problema é da loja e não do meu corpo. Mas isso é uma coisa muito recente e não vou te dizer que ainda não fico meio chateada, mas já estou mais madura, consigo lidar com isso de uma forma diferente”, explica Dea, afinal, caber é se sentir parte, e acolher a diversidade vai além de fazer servir, mas dar espaço à fala.

Do atendimento em lojas ao surgimento de marcas com rótulos plus size, a empatia, o ver o outro, é fundamental. Enxergar as várias belezas além das medidas é o verdadeiro “caber” para que discursos distorcidos não distorçam também a auto imagem de tantas mulheres. “Uma vez numa loja, provei uma calça e falei: uau, vou levar, é linda é isso que eu estava querendo. A vendedora olhou para mim e falou: o bom é que essa calça vai te esconder bem. Mas eu quero uma roupa em que eu me ache bonita, que eu goste e não para disfarçar ou esconder. Essas falas não vêm ajudar a auto estima. Elas continuam ensinando a gente a se vestir para se esconder”, conta.

Caber em produto, em discurso, em reafirmações cotidianas. No esforço de pertencer, mulheres tentam a todo custo se fazer caber em um padrão, ao invés de refletirmos o porquê chegamos a ele e dele não saímos. “Por que essas marcas existem? Por que nós temos o direito de existir e nos vestir? Ou existem para nos ajudar a disfarçar o que nós não deveríamos ser?”.

Um convite para ser

A Ovelha Negra acredita que caber é nosso trabalho. Queremos oferecer opção, diálogo, questionamento para que caibamos na vida de cada uma de nossas clientes.

A Ovelha Negra foi a primeira marca que me fez me sentir digna de usar uma lingerie bonita. E quando surgiu o convite para as fotos pensei: será que eu terei estrutura emocional para lidar com isso? Mas era uma coisa que eu tinha decidido de que iria fazer, ia fazer por mim, pelas minhas filhas e por todas as mulheres que já se odiaram por quilos a mais na balança. No dia das fotos senti que eu era bem-vinda ali sendo como eu sou, e isso com todas as outras mulheres. Fiquei muito orgulhosa”.

Fizemos nossa campanha sobre diversidade, conversamos com mulheres, aumentamos nossa grade em produtos que dominamos em modelagem, para que eles caibam nas vidas de cada uma de nós. “Eu queria que as mulheres olhassem para o próprio corpo com amor e respeito, por que é um processo muito difícil e não é definitivo. Quanto mais mulheres tiverem consciência do valor que elas têm, menos espaço outras pessoas, que não pensam assim, terão”.

Todas cabemos aqui, para conferir nossa nova tabela de medidas, feita para mulheres reais, ou então as novas peças já disponíveis na numeração nova é só clicar aqui ♡

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