Nessa semana, aconteceu o Fashion Revolution, ou Revolução da Moda. Esse movimento começou após o colapso da fábrica Raza Plaza, em Bangladesh. A tragédia matou mais de 1000 pessoas e feriu ainda mais em 24 de abril de 2013. Esse episódio incitou a criação do que hoje é um movimento mundial que busca trazer mais consciência sobre as cadeias produtivas, assim como o questionamento a respeito de quem fez nossas roupas e de onde vêm esses insumos. Isso traz mais informação, humanização e respeito para a forma como produzimos moda no mundo.
Quando consumimos de uma marca, estamos apoiando seu discurso e valores, colocando nela aquilo que temos de mais precioso: nosso tempo e energia – que trocamos por dinheiro para então investir em algo que acreditamos. Lembrar disso é muito importante! Principalmente no momento em que estamos vivendo.
Esse trecho do livro Moda com Propósito, de André Carvalhal, explica um pouco da lógica por trás dessa mudança de pensamento:
[O comércio justo é um exemplo de união de valor econômico e social. Tem como meta aumentar a receita dos produtores, através do aumento do pagamento sobre a produção (em vez de tentar apertar ou reduzir os preços na negociação). Trata-se de uma redistribuição de valores, na qual, se a organização cresce o fornecedor também cresce.
Mas aí você deve estar pensando: ‘Como vou aumentar o valor pago a meu fornecedor se não tenho dinheiro, se preciso vender cada vez mais barato para continuar de pé?’. Geralmente o compromisso com o preço baixo de venda é o que desestrutura a cadeia. As marcas nunca querem diminuir seus markups, e, com isso, apertam a margem dos fornecedores, que, por sua vez, precisam pensar em alternativas – nem sempre tão éticas, nem sempre de tanta qualidade – para continuar atendendo.]
Para mim, ele mostra que precisamos rever nosso consumo. Normalmente, preços muito baixos nos produtos estão associados a materiais de qualidade ruim – e durabilidade curta, que costumam gerar mais lixo em menos tempo – assim como mão de obra barata, ou aquelas em que a pessoa precisa produzir uma quantidade absurda para então receber um valor razoável. Marcas que respeitam os fornecedores – pessoas que produzem suas peças ou o material utilizado – normalmente pagam valores maiores e reduzem suas margens de lucro. Isso quer dizer que, quando essa marca vende um produto, normalmente está ganhando muito menos do que a marca maior que produz em larga quantidade, principalmente porque divide melhor os valores que recebe dentro de uma cadeia produtiva justa.
Falei um pouco mais sobre um tema em um Summit online da Aldeia Coworking que rolou no mês passado!
Clica aqui pra dar uma olhadinha no vídeo, é rapidinho 🙂
Me conta, tudo isso faz sentido pra você? Eu quero saber ♥
Xo,
Duda